Rio de Janeiro, 20/03/2025
11:38 - pensando em como a vida é curta…

Cartas de um Pai #45

Sempre quis formar minha família. Esse sempre foi um sonho profundo, algo que esteve enraizado em mim desde muito jovem. Não era apenas um desejo passageiro ou uma ideia abstrata; era uma convicção, uma chama que ardia no meu coração. Eu sonhava com isso antes mesmo de compreender todas as responsabilidades que esse desejo carregava. Pensava apenas na ideia de encontrar alguém para casar, construir um lar, ter filhos. Mas com o tempo, percebi que formar uma família ia muito além disso.

Deus, em Sua infinita bondade, foi direcionando meus passos. As circunstâncias, os encontros e até mesmo os desafios que enfrentei ao longo do caminho foram parte desse plano. Hoje, ao olhar para minha família, percebo o quanto essa graça foi concedida a mim de maneira generosa. E como poderia não ser grato? Essa gratidão me impulsiona a retribuir, a compartilhar o que aprendi, a ajudar o próximo, porque sei que o que recebi não foi apenas para mim, mas para que eu também pudesse transmitir adiante.

Mas existe algo que aprendi de maneira ainda mais profunda com a paternidade: a responsabilidade de preparar meus filhos para a vida adulta. Construir uma família não é apenas sobre o presente, sobre os momentos felizes dentro de casa, sobre as memórias que criamos juntos. É também sobre o futuro. Sobre o legado que deixamos, sobre a forma como moldamos os corações e mentes dos nossos filhos para que eles possam enfrentar o mundo com segurança, firmeza e propósito.

Vivemos em tempos de rápidas transformações. A tecnologia avança a passos largos, o mundo muda constantemente e, inevitavelmente, a vida dos meus filhos será diferente da que vivi. Há desafios que eles enfrentarão que eu sequer consigo imaginar. Mas, ainda assim, existe algo que não muda. Algo que permanece sólido, independentemente da época ou do ambiente: a base dos valores, a força da tradição.

A tradição não é apenas um conjunto de costumes antigos ou práticas ultrapassadas. Não, ela é muito mais do que isso. A tradição é o resultado de séculos de aprendizado, de experiências transmitidas de geração em geração, de verdades que resistiram ao teste do tempo. Se algo permaneceu por tantas décadas ou séculos, é porque funcionou. Porque trouxe estabilidade, direção e segurança para aqueles que vieram antes de nós.

Por mais que o mundo tente destruir esses pilares, por mais que novas ideologias tentem desconstruir o que foi construído ao longo dos anos, uma coisa é certa: a tradição sempre terá valor. Ela é a raiz que sustenta, o alicerce que permite que uma família continue firme, mesmo diante das tempestades do tempo. Não se trata de resistir cegamente às mudanças, mas de compreender que certos princípios são inegociáveis.

Por isso, quando penso em como preparar meus filhos para a vida adulta, a resposta se torna clara: devo viver esses valores dentro de casa. Preciso ensinar pelo exemplo, mostrar na prática que a tradição não é um fardo, mas uma bússola. Se eu viver isso hoje, no presente, dentro do meu lar, meus filhos terão o que precisam para enfrentar o futuro. Mesmo que eu não esteja mais aqui um dia, eles saberão exatamente o caminho a seguir, porque terão aprendido não apenas com palavras, mas com a vida.

Se alguém me perguntar como garantir que nossos filhos estejam prontos para o futuro, minha resposta será simples e inabalável: sigam as tradições. Porque nelas encontramos a sabedoria de quem veio antes, a segurança de um caminho testado e a certeza de que, não importa o que aconteça, nossos filhos terão raízes profundas para crescerem fortes e firmes na vida.

Exame de Consciência:

1) Busco viver diariamente as tradições básicas da família?
2) Entendo claramente onde estou errando?
3) As tradições são algo que te assusta?

Três perguntas básicas mas que fazem a diferença quando refletimos diariamente sobre nosso propósito.

Que Deus abençoe nossa família e nossa paternidade!

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