Rio de Janeiro, 29/03/2025
11:40 - sabadão de sol no RJ.
Cartas de um Pai #48
A mudança não pode ser vista como inimiga. Ela pode ser desconfortável, gerar insegurança e até nos assustar, mas nunca será algo ruim quando entendemos seu verdadeiro significado. O que dói, muitas vezes, não é a mudança em si, mas o apego ao que já conhecemos, ao que nos dá a sensação de controle. E isso se aplica a tudo: rotina, relacionamentos, trabalho… e, claro, à maneira como nossos filhos vivem as transformações da vida.
A história da humanidade é marcada por mudanças constantes. A forma de trabalhar, de educar os filhos, de se relacionar com o mundo — tudo foi se transformando com o tempo. A resistência à mudança é uma tentativa, muitas vezes inconsciente, de manter as coisas do jeito que estão. Mas a verdade é que o mundo muda, e nós mudamos com ele. E quando olhamos para as crianças, essa realidade se intensifica. Elas não têm a maturidade emocional para compreender o que estão sentindo, e cada nova fase ou alteração na rotina pode ser percebida como uma pequena crise.
Veja alguns exemplos de mudanças comuns na infância que causam impacto emocional:
Mudanças físicas: trocar de casa, mudar de escola, sair do quarto dos pais, ver a babá ir embora…
Mudanças familiares: chegada de um novo irmão, separação dos pais, a ausência de alguém próximo.
Mudanças de rotina: alteração nos horários, fim das férias, troca de professores ou cuidadores.
Mudanças emocionais: crescimento, inseguranças novas, medos que surgem, crises de raiva ou tristeza sem explicação aparente.
Essas mudanças, para nós adultos, podem parecer simples ou até banais. Mas para uma criança, cada uma delas representa um desafio emocional real.
E o que vemos, muitas vezes, é a resposta desse impacto: regressões, crises, agressividade, medo de dormir sozinho, resistência a novas experiências. Em vez de julgar ou tentar acelerar o processo de adaptação, precisamos aprender a acolher e traduzir esses comportamentos. Porque por trás deles há sempre uma tentativa — ainda imatura — de expressar uma dor.
Como pais, nosso papel não é proteger os filhos da mudança, mas prepará-los emocionalmente para atravessá-la. Isso exige:
• Presença e escuta ativa;
• Clareza e honestidade nas explicações;
• Acolhimento dos sentimentos, mesmo os difíceis;
• Constância no cuidado, pra que eles saibam que, mesmo que tudo mude, o amor permanece.
A forma como você lida com as mudanças da sua vida vai ensinar seu filho a fazer o mesmo. Se você enfrenta com desespero, ele vai temer o novo. Se você encara com coragem e equilíbrio, ele aprende que recomeçar faz parte da vida. Porque a mudança, no fim das contas, não é o fim. É só o início de algo novo — e talvez até melhor.
Exame de Consciência:
1) As mudanças tiram a sua paciência?
2) Considero-me uma pessoa controladora demais?
3) Estou sempre de olho nos meus filhos para entender como eles reagem às mudanças?
Não deixe de refletir sobre essas questões hoje. Te aconselho a se questionar isso em seu exame de consciência diário, à noite.
Que Deus abençoe nossa família e nossa paternidade!
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Dentro do canal você encontrará diversos vídeos que irão te ajudar na sua caminhada paterna. Sugiro tirar um tempinho do seu dia para maratonar os vídeos que estão por lá!
Mas como sou seu amigo, aqui vai um vídeo para você matar a sua curiosidade: